terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre mim

Eu quero viver o inverso, mas o mundo não deixa. Eu nasci mais fraco que o mundo e ele me engole. Devora-me a ponto de me fazer sentir um simples indivíduo no meio de um bando. Que não sabe o que faz e nem o que segue, mas que obedece a trilha. Embora eu siga o caminho, eu não sou como os outros. Não sou fraco, não me alieno, mas continuo seguindo. Sigo porque o mundo me obriga. Talvez por covardia ou por medo da derrota. Sendo assim, o mundo me brinda. Bebe cada gota do meu suor e come cada parte dos meus sonhos. O mundo é idôneo aos homens nasceram no topo. Tão no topo que eles se confundem com o mundo, que eles se tornam o mundo. Homens que devoram homens. Que bebem sangue de homens. Eu não quero ser parte desse mundo. Eu não quero beber o mundo. Eu só quero viver o inverso. Eu quero viver de arte, eu quero viver de mim.



Caco Garcia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Estrelinha

Por onde andas estrelinha,
que não vem mais dar luz às noites minhas?
Onde estás que não te vejo mais?
Onde se escondes?
Me diz por onde que eu vou te buscar
Mesmo que enorme seja o caminho a se distanciar
Eu te espero de manhã ao sol nascer
Até ele dormir ao anoitecer
Se não me brilha e os olhos me aquece
Não tenho sonhos na escuridão que padece
De noite agora estou sozinho
Nem tons cintilam a mim, nem mesmo um brilho
Se a luz dos outros astros está a viver sem fim
Nem de longe brilha como a tua brilha em mim
Vem me dar vida às minhas noites sem cor
E me clareia com o seu mais belo amor
Já que escuro está o meu quarto de cama de sentar
Faz tua cauda a minha alma incendiar
E mesmo que fechada a vista minha esteja
Tudo se vê a algo que se deseja
E que bem longe de mim você possa estar
Me faz feliz somente de te olhar.

Caco Garcia.